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18 de Abril de 2024
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    Segundo vice-presidente aposta na confiança no Judiciário

    Eleito segundo vice-presidente, o desembargador Celso Ferreira Filho volta à alta administração do Tribunal de Justiça do Estado do Rio. Na gestão passada, ele atuou na 3ª Vice-presidência. Com 31 anos de magistratura e mestrado em Direito Privado, o desembargador enxerga na nova gestão um novo passo decisivo em busca da confiança, que segundo ele é essencial para bom funcionamento do Poder Judiciário.

    Quais são as atribuições da 2ª Vice-presidência do Tribunal?

    FERREIRA FILHO: A 2ª Vice-presidência é responsável pela autuação e distribuição dos processos judiciais de segunda instância, o que significa dizer que todas as ações, recursos e incidentes criminais no âmbito do segundo grau de jurisdição serão devidamente analisados e processados, inclusive com o estudo de prevenção, para posterior distribuição ao órgão julgador competente, quais sejam o Órgão Especial, os Grupos de Câmaras Criminais e as próprias Câmaras Criminais, observando ainda os critérios de eventual compensação. Compete, ainda, à 2ª Vice-presidência remeter os recursos ordinários constitucionais, tanto cíveis quanto criminais, ao Tribunal Superior (Artigo 1028, § 3º do CPC), bem como a execução de todos os julgados criminais de competência originária do Órgão Especial (Resolução 18/2013). Para isso, a 2ª Vice-presidência conta em sua estrutura com o seu Gabinete; a Assessoria Técnico-Administrativa e o Departamento de Autuação e Distribuição Criminal (DECRI), sendo este último subdividido nos Serviços de Feitos Urgentes, Ordinários e Extraordinários, tudo conforme estabelece a Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do RJ, a Resolução OE 34/2015 e o Regimento Interno do TJRJ

    Como e por que o senhor se tornou magistrado?

    FERREIRA FILHO: Durante dez anos eu advoguei e fui bem-sucedido. Mas depois comecei a me achar um pouco solitário na advocacia e quis fazer o concurso para magistratura. Porque, no momento em que você é advogado, você defende interesses, do autor, aquele que age, ou do réu, que é aquele que reage. E nem sempre aqueles interesses que você está defendendo são os que a sua consciência pede. De maneira que, quando optei por ser juiz, entendi que era um momento de poder fazer justiça e poder conciliar os interesses. Eu tenho um espírito muito conciliador, de forma que a posição como juiz me deixa muito satisfeito, muito gratificado. Eu vejo que compondo uma lide (conflito levado à Justiça) sei que os jurisdicionados nunca vão sair satisfeitos, sempre vão ter que ceder um pouco. Mas essa função cabe a mim, magistrado, fazê-la, cumpri-la e exercê-la com moderação.

    Como um poeta consegue conviver com o racionalismo do Poder Judiciário?

    FERREIRA FILHO: Na verdade, eu não tenho a pretensão de ser poeta. Mas, de fato, gosto de fazer alguns poemas, porque acho que quem tem uma certa sensibilidade, extrai coisas boas, ruins e é desse misto que nós vivemos. Aqui dentro do Judiciário, como em qualquer local da sociedade, você encontra coisas boas e ruins, e precisa extraí-las para poder aplicar na sua função jurisdicional. O poeta é mais ou menos isso, ele extrai o que é bom, o que é ruim, vê beleza no que é belo e, às vezes, vê uma coisa trágica, sofrida naquilo que é ruim. E essa mesclagem é que, para mim, forma a poesia e é o que forma a sentença, que vem etimologicamente do verbo sentir, aquilo que nós sentimos no momento de compor a lide. Então, eu fico muito feliz de você dizer que eu sou poeta, mas não me vejo como um. Ou melhor, não acho que as pessoas me considerem assim, mas eu no fundo me sinto um pouco poeta.

    Veja a entrevista no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=y6v7ediGiUw

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