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25 de Abril de 2024
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    Jornalista André Trigueiro alerta que suicídio é caso de saúde pública em palestra no TJRJ

    O jornalista André Trigueiro defendeu nesta quarta-feira, dia 28, durante palestra no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a disseminação das informações sobre o suicídio, como forma de conscientizar a população de que se trata de um caso de saúde pública. Autor do livro “Viver é a melhor opção”, lançado após a palestra, Trigueiro ressaltou a importância de a sociedade debater o tema visando à prevenção contra a sua ocorrência.

    “A informação exerce papel fundamental para a prevenção ao suicídio. Temos que chamar a atenção de todos que o suicídio é um caso de saúde pública e que, em 90% dos casos, o suicídio é passível de prevenção. Quanto mais informações pudermos transmitir, maiores as chances de entender porque o suicídio acontece e quais são as psicopatologias associadas ao rito suicida. Além disso, é importante divulgar aonde procurar ajuda, afirmou o jornalista”.

    Realizada no Antigo Palácio da Justiça, a palestra faz parte da programação do “Setembro Amarelo”, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio que ocorre este mês em todo o mundo. O jornalista explicou que os amigos e familiares precisam estar atentos a sinais que identifiquem mudanças de comportamento que possam indicar que uma pessoa se enquadre em um grupo de risco.

    “Devemos ficar atentos, principalmente em relação às pessoas que eventualmente compõem determinados grupos de risco. É preciso averiguar se elas são portadoras de depressão, de síndrome do pânico, se são usuárias ou não de drogas e saber quais são as implicações do ponto de vista da dependência. Isso ajuda familiares e amigos das pessoas enquadradas nesse grupo, a tomarem decisões que venham a fortalecer e blindar o risco do suicida”, explicou.

    Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, divulgados no livro de Trigueiro, revelam que são registrados 804 mil óbitos por ano no mundo, causados por suicídio, sendo 2.200 por dia. No Brasil, são registrados 32 óbitos por dia, o que coloca o país em oitavo lugar no ranking mundial, em números absolutos. Ainda segundo a OMS, por ano, são realizados 16 milhões de tentativas de suicídio no mundo.

    Trigueiro destacou a depressão como um dos principais fatores de risco que contribuem para o ato suicida. A dependência das drogas, inclusive as lícitas, também foi destacada pelo palestrante.

    “A sociedade vive a ditadura da alegria constante. É feio sofrer. Isso explica muitos casos de depressão. O suicídio pode ser uma saída para uma pessoa que esteja vivendo em estado de sofrimento. Por isso, é preciso procurar ajuda especializada, para buscar o tratamento correto. O suicida não quer se matar, ele quer resolver um problema. Não podemos esquecer, também, as drogas lícitas e ilícitas, que provocam dependência. Não é por acaso que o Brasil é o país com maior número de farmácias por metro quadrado no mundo”, disse.

    As universidades, os centros de atendimento psicossociais e as entidades de classe ligadas a psicólogos e psiquiatras, segundo Trigueiro, são fundamentais para atender à população que não tem condições financeiras para um tratamento especializado.

    “Essas instituições são fundamentais para atender a uma parcela significativa da população que necessita de tratamento e acompanhamento profissional na prevenção e nos casos de tentativa de suicídio”, avaliou.

    Apesar de defender a disseminação das informações como forma de prevenção, Trigueiro considera necessário que a imprensa tenha cuidado ao publicar notícias sobre suicídios.

    “É correto não falar de suicídio na imprensa toda vez que acontece. Sabemos que, dependendo da forma que se aborda, essa informação pode chegar a pessoas fragilizadas psíquica ou emocionalmente, como uma sugestão. E essa pessoa pode entender que aquilo também pode vir a ser uma solução para ela. Entretanto, se a imprensa, simplesmente ignorar o problema, não falar nada, não conseguiremos promover a prevenção. Assim, nos casos inevitáveis de publicação de notícias sobre suicídio, é importante não dar destaque ao tema, com grandes manchetes, fotos ou descrição dos métodos utilizados”, considerou.

    Ao final da palestra, organizada pela Diretoria Geral de Comunicação e Difusão do Conhecimento (DGCOM) e pelo Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape), do TJRJ, Trigueiro participou de sessão de autógrafos do seu livro, “Viver é a melhor opção”, cujos direitos autorais são integralmente doados ao Centro de Valorização da Vida (CVV), que desde 1962 oferece um serviço de apoio emocional e de prevenção pelo telefone 141 e pelo site cvv.org.br .

    JM/ PC

    Fotos: Brunno Dantas

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