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24 de Abril de 2024
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    Museu da Justiça: exposição e debate marcam lançamento do livro Filhos

    Os três filhos adotivos, meninos gêmeos de nove anos e uma menina de sete, de Eurivaldo Bezerra, e as histórias de outras crianças adotadas foram as inspirações para que o advogado e fotógrafo publicasse o livro ‘Filhos’, lançando na última quarta-feira, dia 20, no Museu do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

    No debate que marcou a inauguração de uma exposição baseada no livro, que está no Salão dos Passos Perdidos do Museu da Justiça, Bezerra comentou sobre as dificuldades enfrentadas ao se deparar com a destituição do poder familiar que, segundo ele, representam um dos maiores problemas sobre adoção no Brasil.

    “A demora na destituição do poder familiar desrespeita tanto as crianças que estão convivendo num ambiente familiar inadequado, quanto aos pais aptos para a adoção que estão na fila. Hoje há mais gente querendo adotar do que crianças para adoção, e esse é um dos problemas que causam este abarrotamento”, avaliou.

    Ele ressaltou a importância de descontruir preconceitos que envolvem adoção lembrando nomes de celebridades que foram adotadas. ‘’Ingrid Bergman, Jack Nicholson, Mandela, Bill Clinton, John Lennon e Steve Jobs foram adotados e se tornaram grandes personalidades, influentes no mundo todo. Não tem porque acreditar que famílias adotivas não podem dar certo, não há sentindo neste tipo de pensamento. Onde há amor, carinho, afeto e atenção é possível dar certo e formar grandes pessoas”, disse o palestrante.

    A juíza da Infância Raquel Chrispino, da Coordenadoria de Articulação das Varas da Infância e da Juventude, disse que as histórias que as adoções guardam precisam ser preservadas para salvar as origens das crianças.

    “Adoção é um tema muito amplo, não só um simples processo. E abrir as portas do Tribunal para discutir este assunto é uma forma de avaliar como a adoção está sendo feita no Rio e de que maneira ela impacta e transforma a vida das pessoas. A história das crianças e adolescentes é uma parte fundamental de todo o processo de adoção, pois é a dignidade e o direito deles. As crianças têm histórias incríveis e que precisam ser contadas e respeitadas”, avaliou.

    Ela também afirmou que debates como o realizado no Museu da Justiça são fundamentais para que a sociedade possa discutir e se aprofundar num tema tão delicado.

    “É necessário que a gente converse, avalie o tema até mesmo dentro do Poder Judiciário para que possamos oxigenar as ideias sobre adoção, para que juízes e outros membros da Justiça possam entender e acertar as questões que envolvem adoção. Precisamos colocar isso na pauta do Judiciário”, ressaltou.

    A juíza Mônica Labuto, 3ª Vara da Infância e Juventude da Capital, afirmou que as adoções no estado do Rio avançaram em questões raciais, de idade, crianças especiais e grupos de irmãos. De acordo com a magistrada, a Justiça fluminense tem progredido em relação a estes casos por mudanças na legislação e pelos bons frutos rendidos através de parcerias com a sociedade civil organizada.

    “Nós estamos evoluindo muito em relação à adoção, vários pontos foram aprimorados nos últimos anos. A parceria do Tribunal com instituições de abrigo e acolhimento e algumas leis ajudaram a resolver problemas e aperfeiçoaram o processo de adoção. As visitas aos abrigos e campanhas em parceria com estas instituições de apoio só melhoram nossa política de adoção”, afirmou a juíza.

    Na opinião da magistrada, a demora na destituição do poder familiar dificulta a agilidade no processo de adoção que, segundo ela, é algo fundamental para resolver logo os casos e respeitar as crianças.

    “Há casos em que os pais biológicos estão em um longo e demorado tratamento por uso de drogas, mas os empecilhos para a destituição do poder familiar abarrotam e emperram o sistema de adoção. E os números mostram que quanto mais velha uma criança fica, menor a probabilidade de ser adotada, pois não se encaixa num perfil procurado pelos pais”, disse.

    Luciana Calaça, coordenadora do Educandário Romão Duarte, destacou que todas as crianças da instituição que foram fotografadas para o livro já foram adotadas. Ela contou alguns casos enfrentados pela instituição que coordena e fez uma breve avaliação da adoção na Justiça fluminense.

    Exposição ‘Filhos’

    "Filhos" ficará exposto no Museu da Justiça, de 20 de julho a 15 de outubro, à Rua Dom Manuel, 29 - de 2ª a 6ª feira, das 10h às 18h, e Sábados, das 13h às 17h. Informações: 3133-3814 | Entrada franca.

    JGP/RL

    Fotos: Brunno Dantas

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/museu-da-justica-exposicao-e-debate-marcam-lancamento-do-livro-filhos/365035405

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