Fórum de Barra Mansa lança Programa de Apadrinhamento

A 2ª Vara da Família, da Juventude e do Idoso de Barra Mansa, no Sul Fluminense, aderiu nesta quinta-feira, dia 21, ao Programa de Apadrinhamento, realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Com a iniciativa, crianças e adolescentes que vivem em abrigos no município ganharam mais uma esperança de construir laços afetivos com famílias dispostas a ajudar. O lançamento foi feito pela juíza Lorena Paola Nunes Boccia, que explicou às famílias interessadas em apadrinhar e aos integrantes do abrigo da cidade como funciona o projeto.

O apadrinhamento pode ser de três tipos: afetivo, provedor ou colaborador. Na modalidade afetiva, o padrinho estabelece vínculos com crianças ou adolescentes (dos oito aos 18 anos) que vão além do abrigo e pode levá-los para passeios, férias e comemoração de datas especiais. O objetivo é que essas crianças experimentem uma convivência familiar saudável. Para esse tipo de apadrinhamento, os requisitos são pessoas voluntárias da sociedade civil, que tenham mais de 18 anos e 16 anos de diferença de idade com o afilhado. O padrinho afetivo deve participar das reuniões do projeto, apresentar a ficha de inscrição e documentos exigidos, além de ter disponibilidade de tempo para se dedicar ao afilhado.

No caso do apadrinhamento provedor, é oferecido suporte material ou financeiro a crianças e adolescentes ou às instituições de acolhimento. A ajuda pode vir de pessoas físicas ou jurídicas. Esses padrinhos também devem apresentar a ficha e participar das reuniões, além de ter condições de contribuir. O suporte pode ser na forma de doação de materiais escolares, patrocínio de cursos profissionalizante, acesso ao esporte, aulas particulares, brinquedos, entre outras iniciativas.

No apadrinhamento colaborador, o padrinho pode contribuir com a prestação de serviços ao abrigo. São pessoas que se cadastram no programa para atender às necessidades da instituição desempenhando, por exemplo, suas próprias funções, conforme a especialidade, como médicos, dentistas, pintores, eletricistas, psicólogos, etc.

A magistrada contou que já teve experiência pessoal com o apadrinhamento. “Eu tinha 12 anos quando minha mãe adoeceu, e meu pai era ausente. Então, a pessoa que já era meu padrinho de batismo assumiu também a função de padrinho afetivo, me dando todo o suporte de que eu precisei. Ele custeou meu Ensino Médio em uma escola particular, funcionando neste momento como um padrinho do tipo provedor. Cinco pessoas de Barra Mansa já se interessaram em ser padrinhos afetivos e já preencheram o cadastro”, comemorou a juíza Lorena Paola Nunes Boccia.

Vencedor do Prêmio Innovare

A iniciativa é baseada no Projeto de Apadrinhamento, criado pelo juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza, da 4º Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital do Rio de Janeiro. Inicialmente realizado nos bairros da Zona Oeste da cidade, o programa foi estendido a todo o estado em novembro de 2015, dando mais oportunidades a quem precisa e também a quem quer ajudar. O Programa de Apadrinhamento também foi o vencedor do XII Prêmio Innovare, edição 2015. O projeto concorreu com 76 inscritos, na categoria Juiz. O TJRJ já coleciona cinco premiações no Innovare.

É importante ressaltar que o apadrinhamento não é um atalho para a adoção. O projeto propicia às crianças e adolescentes abrigados, com possibilidades remotas de adoção, a oportunidade de construir laços de afeto com famílias e ter amparo educacional e profissional. “O Programa de Apadrinhamento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro foi criado com a intenção de propiciar às crianças e adolescentes, em medida de acolhimento institucional, com esperanças remotas de reinserção familiar e adoção, a oportunidade de construir laços de afeto e apoio material, com possibilidades de amparo educacional e profissional, com pessoas da sociedade civil que tenham disponibilidade emocional ou financeira para se tornar padrinho ou madrinha”, explicou a magistrada.

JL/AB