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19 de Abril de 2024
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    Museu da Justiça inaugura exposições fotográficas ¿Rocinha¿ e ¿Liberdade¿

    O Museu da Justiça inaugurou nesta quinta-feira, dia 21, duas exposições fotográficas com o objetivo de propor o debate sobre questões consideradas tabus na sociedade. “Liberdade”, do fotógrafo Henrique Esteves, retrata a riqueza das religiões afro-brasileiras, em especial, a umbanda e o candomblé. Já na mostra “Rocinha: Paraíso Tropical ou Inferno Astral”, o repórter fotográfico Alcyr Cavalcanti, através de fotos e alguns vídeos, vai mostrar um pouco sobre os contrastes enfrentados pela comunidade da Rocinha, considerada a maior favela da America Latina, de acordo com o Censo do IBGE 2010, localizada entre os bairros do Leblon e da Gávea, na Zona Sul do Rio.

    Na Sala de Memória Iconográfica, no 3º andar do Museu da Justiça, os interessados poderão conhecer o trabalho de Henrique Esteves. Apesar de não seguir nenhuma religião afro-brasileira, há vários anos frequenta terreiros de umbanda e candomblé, fotografando o ritual. Daí surgiu a ideia de transformar o material fotográfico em exposição, como forma de enfrentar a questão da intolerância religiosa.

    “A umbanda e o candomblé são muito perseguidas e os devotos querem ter a liberdade de culto, de expressão, de poder andar na rua com a roupa branca, a guia, o turbante e não serem hostilizados por ninguém. E montar a exposição ‘Liberdade’ no Museu da Justiça tem a proposta de falar sobre a liberdade dentro da casa da Justiça. É um recado para que as pessoas entendam que as religiões afro-brasileiras têm todos os direitos como qualquer outra religião”, afirmou Henrique.

    Já no Salão dos Espelhos, também no 3º andar do Museu, o repórter fotográfico Alcyr Cavalcanti exibe a mostra “Rocinha: Paraíso Tropical ou Inferno Astral”, reunindo material fotográfico e de vídeo produzido nos últimos 30 anos, através de reportagens e pesquisas realizadas por ele em sua trajetória profissional em jornais como O Globo, O Dia e O Estado de São Paulo.

    “A exposição não tem a pretensão de mostrar toda a Rocinha, pois isso seria impossível, diante da sua dimensão, com uma população imensa, com 18 sub-bairros com características distintas. Procurei mostrar algumas mudanças que verifiquei que ocorreram desde 1987, quando comecei a frequentar a comunidade para uma reportagem para o Jornal do Brasil. Procuro mostrar o contraste das construções do PAC, mais modernas, que parecem umas maquetes, ao lado das construções desordenadas, com características de favelas, como a região, em cima do túnel, conhecida como ‘Roupa Suja’. É nessa realidade em que vive essa enorme população formada pelos heróis sem rosto da Rocinha, que lutam contra tudo, principalmente, contra as falsas promessas dos políticos e administradores”, explicou Alcyr.

    Para o diretor da Diretoria de Comunicação e de Difusão do Conhecimento (DGCOM), Mauro Ventura, as exposições possibilitam ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) propor o debate com a sociedade em relação a temas vistos muitas vezes de forma estereotipada.

    “O interessante é que as duas exposições têm a proposta de dialogar no sentido de revelar dois universos que muitas vezes são vistos de forma estereotipada: a favela e as religiões afro-brasileiras. O Alcyr Cavalcanti mostra que a favela é muito mais que só a violência. Já o Henrique Alves nos dá a oportunidade de refletir sobre a intolerância religiosa, mostrando, através da fotografia, um pouco sobre o ritual das religiões. Isso contribui para lutarmos contra esse preconceito”, afirmou.

    Para o diretor do Museu da Justiça, Marco Antônio Sampaio, as exposições permitem à sociedade conhecer um pouco mais sobre a realidade de uma favela, assim como, ter acesso ao mundo das religiões de origem africana.

    “É um grande orgulho podermos mostrar essas duas exposições, abordando a Rocinha e as religiões afro-brasileiras. Além da qualidade dos trabalhos apresentados pelos dois artistas, o Museu permite trazer a discussão de temas tão delicados como o preconceito em relação às favelas e a intolerância religiosa”, avaliou.

    As duas exposições têm entrada franca. O Museu da Justiça fica na Rua Dom Manuel 29, 3º andar, no Centro do Rio.

    JM/AB

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