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16 de Abril de 2024
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    Em evento na Biblioteca do TJRJ, desembargadora analisa o papel da mulher no Direito

    Na 27ª edição do Café com Conhecimento, realizada nesta quinta-feira, dia 21, a desembargadora Ivone Ferreira Caetano (aposentada) disse que o tema ‘O preconceito, a mulher e o Direito’ é, ainda no século XXI, é importante e complexo, mas houve poucas inovações e progressos. Para a magistrada, o cenário só pode ser transformado com luta das mulheres e compreensão dos homens. O encontro ocorreu no Salão dos Magistrados da Biblioteca do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

    “Reflitam, ajam e pensem sobre as desigualdades históricas que temos no nosso país. Tá na hora de consertamos nossa postura social e seguir na luta para que todos sejam iguais e tenham os mesmos direitos não só no discurso, como também na prática”, avaliou a magistrada.

    Com discurso forte e fala contundente, a magistrada disse que a vida das mulheres, principalmente as negras, é mais difícil no Brasil. Ela fez críticas ao modo como o brasileiro olha para a sua história. De acordo com Ivone, as pessoas não se recordam de erros históricos cometidos por autoridades nacionais e que até hoje refletem em nossa sociedade.

    “Depois da abolição da escravidão, nada foi dado aos negros. Eles foram largados pela sociedade, receberam apenas a favela, a falta de dignidade e o básico para uma boa vida. Mudou muito? Não, e continuamos olhando para isso da mesma forma do que dois séculos atrás”, comentou.

    Diante de uma plateia majoritariamente composta de mulheres e negros, a desembargadora disse que há muitos obstáculos e empecilhos que impossibilitam e retardam que mulheres negras cheguem a cargos de poder ou até mesmo consigam uma vaga de trabalho. A própria palestrante revelou que certa vez, quando se candidatava para uma vaga de certa instituição, ouviu que ela provavelmente não seria aceita, mesmo que tivesse bom desempenho nos testes, por ser negra.

    A magistrada afirmou que o Direito foi a primeira instituição que ofereceu oportunidades de trabalho para mulheres, sejam negras ou não, em um grande segmento respeitado pela sociedade.

    “Há de se destacar que o Direito ofereceu as primeiras grandes oportunidades para as mulheres, mas ainda há muito elitismo e machismo”, destacou a desembargadora Ivone.

    A magistrada também analisou a representatividade das leis brasileiras no preconceito sofrido por mulheres no dia a dia e dentro do próprio Poder Judiciário. Ao criticar um modelo que não impede ou descontrói os preconceitos, ela questionou os presentes sobre um cenário que era comum tempos atrás.

    “Quando debatemos mulher, preconceito e o direito, precisamos, com urgência, discutir sobre o preconceito e o machismo que existem dentro das nossas próprias leis. Precisamos trabalhar nisso, avaliar o que estas leis pretendem e a quem elas servem. Imaginem o que era uma advogada negra chegar num cartório de um Tribunal anos atrás. Era um espanto, acreditavam que ela era tudo, menos advogada”, ressaltou.

    JGP/FB

    Foto: Brunno Dantas

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