Magistrados e servidores fazem caminhada na orla contra a violência de gênero

A orla das praias do Leme e Copacabana ganhou um tom lilás na manhã deste domingo, dia 29. Magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) fizeram uma caminhada pelo calçadão para conscientizar a população sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher. A organização foi da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj).

Conforme caminhavam pela orla, os participantes entregavam balões coloridos, folderes e encartes com dados e informações sobre a violência de gênero a quem circulava. Para a juíza auxiliar da Presidência, Adriana Ramos de Mello, o mês de março foi bastante exitoso para TJRJ e a caminhada foi mais uma forma de mostrar o engajamento do Judiciário à sociedade. Para a magistrada, com a sanção da Lei do Feminicídio, será possível extrair dados, mapear melhor os crimes e colaborar na discussão de políticas públicas. Mas, segundo ela, é preciso avançar.

“A Lei do Femincídio precisa ser mais divulgada, pois foi sancionada bem recentemente. Precisa ser esclarecida à sociedade. A gente classifica como um grande avanço, mas é preciso mais. É necessário estender o debate nas escolas e universidades, fazer com que a violência contra a mulher seja um tema incluído no currículo escolar”, afirmou.

O presidente da Amaerj, juiz Rossidélio Lopes, disse o mês de março de 2015 ficará marcado na história do Judiciário fluminense.

“Eu nunca tinha visto uma campanha tão intensa e tão exitosa quanto a deste ano. Realmente o trabalho foi muito produtivo. Essa caminhada é mais um exemplo”, comemorou.

Servidores de outras comarcas participaram da caminhada. Foi o caso de Eliana Glória, do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar de São João de Meriti.

“Quando as pessoas pegam nosso panfleto ou cartaz, isso ajuda na reflexão. A gente tem que mostrar à população que muitas de nós, mulheres, estão sofrendo com a violência. A gente está perdendo vidas por causa da violência. Isso causa medo, desentendimentos. Nós precisamos fazer a nossa parte”, disse.

O evento marcou o fim de um mês em que Poder Judiciário fluminense se dedicou à causa, principalmente com a realização da Semana da Justiça pela Paz em Casa, ocorrida entre os dias 9 e 13. Neste período, foram realizadas 1.283 audiências, sendo 28 da competência dos tribunais do júri. 359 sentenças foram dadas, sendo 17 da competência do júri.

FB